segunda-feira, 18 de junho de 2012

¡Uno! ¡Dos! ¡Tre! terá 36 músicas ao todo

Na edição mais recente da Rolling Stone americana foi publicada uma matéria sobre a trilogia do Green Day. O artigo terá depoimentos da banda  e do produtor Rob Cavallo, e revelará detalhes e nomes de músicas dos próximos álbuns.
Veja tradução feita pelo site Green Day Eulogy:
Billie Joe Armstrong faz uma expressão confusa ao observar a partitura que sai da mesa de som no estúdio Ocean Way, em Los Angeles. Armstrong, cantor-guitarrista e principal compositor do Green Day, não consegue ler música. “É estranho olhar uma partitura de algo que eu escrevi, e não poder entendê-la,” ele diz com uma risada. “É como ler em braile.”Este é o último dia de gravação da nova trilogia de álbuns do Green Day: 36 músicas estarão em ¡Uno!, ¡Dos! e ¡Tré!, que serão lançados pela Warner Bros. em 25 de setembro, 13 de novembro e 15 de janeiro, respectivamente. Armstrong, o baixista Mike Dirnt e o baterista Tré Cool trabalham com o co-produtor de longa data (e presidente da Warner Bros.) Rob Cavallo nos últimos detalhes.Do outro lado da sala, instrumentos de corda estão tocando sobre o piano, que traz uma angústia em “Amor Brutal”, adicionando o que Armstrong chama de “um sentimento envolvente, algo que você sentiria com um antigo álbum de Otis Redding.” Mais tarde, eles tocam algo que lembra “Mind Games” de John Lennon com uma balada chamada “Forgotten.”Entre um take e outro, Armstrong – com o cabelo preto bagunçado e uma jaqueta da Oakland Raiders – nota que ambas as canções estarão no ¡Tré!, e então revela a temática ordem dos novos álbuns: “O primeiro é power pop. O segundo é mais som de garagem, estilo de rock do Nuggets. E o terceiro” – ele gesticula mostrando o som dos instrumentos de corda – “deve ser épico.”“Com o primeiro disco, você entrará no ritmo da festa,” Armstrong elabora brilhantemente, se referindo às músicas estilo The Who e Cheap Trick, como “Stay The Night” e “Carpé Diem”. No ¡Dos!, ele diz, “Você já está na festa” – uma boa descrição ao desejo, loucura e velocidade de “Fuck Time” e “Wow, That’s Loud”. “E o terceiro álbum…” Armstrong pausa, procurando pela analogia perfeita. “Você estará limpando a bagunça.”No dia seguinte, o Green Day está em um estúdio no subúrbio de L.A., mixando as músicas do ¡Uno! com Cavallo – que co-produziu o Dookie – e o engenheiro Chris Lord-Alge. “Nós queremos voltar à simplicidade do Dookie,” Cavallo diz. “Também queremos voltar à era pré-Dookie, com nosso amor à música dos anos 50 e 60, do rock’n’roll de raíz. Você não ouve muita coisa junta. A maior parte disso é só bateria, baixo, duas guitarras e vocais.”“Diversão como essa deveria ser servida com álcool,” Cool dispara, lembrando que o Green Day – com o segundo guitarrista Jason White – arranjou e ensaiou as novas músicas “cinco dias na semana por quase um ano”, a maior parte do tempo no estúdio deles em Oakland. “E você ouve isso: ‘Estes caras dominam isso.’ Esse é o som da nossa sala, nossas guitarras, baterias – somos nós tocando juntos.”“Nós estávamos pensando em fazer um disco arrasador power-pop – mais sujo, de volta às origens,” afirma Dirnt, lembrando do peso sócio-político dos dois últimos discos do Green Day, American Idiot (2004) e21st Century Breakdown (2009). Ao invés disso, ele conta orgulhoso. “Nós gravamos nossa própria versão de Exile On Main Street.”Durante a longa entrevista no estúdio, Armstrong descreve suas composições para os novos álbuns – as quais ele começou durante a turnê do 21st Century Breakdown e continuou durante seu papel como St. Jimmy na produção da Broadway do American Idiot – “foi impulsivo. Qualquer letra ou gancho que venha à mente, eu só despejo tudo. E eu estava escrevendo sobre garotas de novo. Mas sendo um homem isso é muito mais sobre tensão sexual – como a gente lida com isso, como controlá-la.”Armstrong saiu dessa loucura de escrever “com aproximadamente 70 músicas – algumas em fragmentos, outras prontas,” ele diz. O Green Day ultimamente gravou mais de 40 delas. “No fundo, quando você analisa essas gravações,” Armstrong afirma, “elas são uma versão atualizada do que nós fizemos nos últimos dois discos. É político,” – uma referência de “99 Revolutions”, uma música do ¡Tré! que ele escreveu no despertar dos protestos Occupy Oakland no último outono.Existe perda, também. “Amy” é um funeral puro, ao final do ¡Dos!, para Amy Winehouse. O demo original de guitarra e vocal de Armstrong, gravado no estúdio de sua casa, foi levemente melhorado com baixo e cordas. Dirnt compara o resultado com a balada de 1964 dos Beatles “And I Love Her.” “Eu quis que fosse como um último suspiro,” ele diz sobre sua parte do baixo. “Isso era algo pelo qual estávamos nos empenhando para gravar – uma sensação de ‘eu estou aqui para você’.”“Amy” também é uma ponte para o ¡Tré!, o qual Armstrong diz que iniciará com “Brutal Love”, e inclui outro adeus, “X Kid”, uma faixa fuzz-pop que ele escreveu após o suicídio de um amigo próximo há dois anos. “Ele era uma pessoa bonita que não queria crescer – e você não percebe isso até depois do ocorrido,” Armstrong diz que é um suspiro profundo. “Eu não quero admitir que sou um adulto, que amadureci. Mas posso admitir que não sou mais uma criança. Ex Kid (ex criança) – isso soa bem melhor.”Cavallo não teve problema – como produtor ou chefe – com os três álbuns, coisa que Armstrong propôs ano passado. “Quando você ouvir as 36 músicas,” diz Cavallo, “Eu te garanto, não há erro.” Mas ele reconhece que foi cético em sua própria empresa. “Isso nunca foi feito antes, então rola muito medo.” Uma idéia – lançar os álbuns com uma semana de diferença – era inviável logisticamente. Outra – de lançar um a cada seis meses – “Não funcionou mesmo. Criativamente, os discos pertencem um ao outro.”“E isso que é engraçado,” Armstrong diz antes de voltar à mixagem. “Nós começamos com algo simples. Mas ainda assim se tornou uma loucura.” Ele ri alto. “Eu não sei outra forma de fazer isso. Isso é Green Day.”

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